Laboratório Nicolau LN Informa - Blog do Laboratório Nicolau: 2010

11 de jun. de 2010

O PASSADO E O FUTURO DA PRÓTESE

28 de fevereiro de 1986. “Brasileiras e brasileiros, .....”. Quando o presidente começou a discursar com seu pesado sotaque maranhense, anunciando o Plano Cruzado, fiquei preocupado. Eu tinha acabado de ministrar uma palestra sobre custos em prótese dentária, em Belo Horizonte. Havia uma televisão na sala ao lado e fomos para lá. Comentei, sem muito medo de errar: “aí vem besteira”. E veio...muita. A maior delas foi o congelamento de preços, que nunca havia dado certo na história econômica da humanidade. Este congelamento pegou 90% dos laboratórios com os preços defasados. Na época tínhamos uma inflação média de 10% ao mês. Considerando-se a taxa acumulada, isto equivale a 77% em 6 meses ou 214% ao ano. Quase todos estavam com uma defasagem em seus preços entre estes dois valores, pois os reajustes, apesar da hiper-inflação, eram semestrais ou anuais.

Há poucos anos no mercado de prótese dentária, minha luta, era tentar convencer os donos de Laboratório a reajustarem seus preços em um período mais curto e pelo menos, utilizando o índice de inflação do período (os custos da prótese subiam muito mais, porém era necessário ter um índice de referência). Dei palestras em todo o país, falando de custos, preços, lucro, impostos, inflação, planos econômicos (os governos Sarney e Collor editaram mais 4 planos, um pior do que o outro, levando a inflação a 40% ao mês em 1994).

Felizmente as palestras tiveram uma boa repercussão e creio ter sido vitorioso nesta luta. Com o tempo percebeu-se a necessidade de se ter um bom sistema de cálculo de custos e formação de preços no Laboratório. Hoje, no geral, a situação econômica dos TPDs é muito melhor do que nos anos 80.

Com o plano Real, em 1994, e o fim da inflação, veio a era da tecnologia. A Odontologia com preocupações estéticas, as próteses adesivas, os sistemas metal-free, as próteses sobre implantes, até então privilégio de poucos, se tornaram itens obrigatórios nos consultórios e laboratórios. Logo depois, vieram os processos CAD/CAM, que tem evoluído cada vez mais, e a odontologia minimamente invasiva. Percebeu-se, também, que uma boa organização administrativa e financeira é fundamental para a sobrevivência de um Laboratório.

Devemos ficar atentos ao avanço da tecnologia, pois certamente haverá processos, num futuro breve, que prescindirão do TPD. Porém, quem se atualiza tecnicamente não tem o que temer. Além disso, considerando-se o mercado brasileiro, há ainda muito espaço para as próteses convencionais.

A tão falada “nova classe C”, que veio com a consolidação da estabilidade econômica no país, mais de 26 milhões de pessoas no mercado consumidor, com renda familiar entre RS 1400,00 e RS 3500,00 (dados IBGE) e o interesse do governo com a saúde bucal, vai dar o alento que faltava ao setor.

Também, não podemos esquecer que governo tem cada vez mais ferramentas para controlar o pagamento de impostos. Por exemplo, a partir deste ano, todos os Laboratórios e TPDs autônomos tem que enviar anualmente o Dmed, com informações sobre todos os pagamentos recebidos dos CDs e TPDS, mês a mês, por CPF e CNPJ. Portanto, não há mais espaço para Laboratórios contabilmente desorganizados ou de “fundo de quintal”.

Por outro lado, nos preocupa , e muito, os empresários que estão banalizando o setor e colocando preços abaixo da linha de custos mínima de qualquer Laboratório, por mais enxuto que ele seja. Voltaremos aos anos 80, quando um TPD não tinha dinheiro nem para fazer um curso?




Danilo Barossi Cury


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13 de mai. de 2010

UMA ESCOVA PARA CADA USO

Nem só das importantes medidas preventivas(Alimentação sadia e Flúor na água/tópico) ,vive o cuidado adequado com os dentes e cavidade bucal.....Tem aquele diário, cada vez que você se alimenta. Vamos lá?

Em primeiro lugar temos as escovas de dentes,que longe de qualquer outra sofisticação, devem ter cerdas MACIAS( para adentrarem no espaço entre o dente e a gengiva- chamado de sulco gengival) e perfil PLANO(todas as cerdas com a mesma altura), para propiciar uma limpeza mais efetiva na face interna dos dentes anteriores .

As marcas brasileiras tradicionais têm produtos com estes requisitos,mas devemos sempre verificar a cabeça das escovas antes de comprá-las, pois os fabricantes muitas vezes mudam aspectos sem qualquer aviso.
 
               
                            Formato e ação da Escova Dental


Nenhuma limpeza dos dentes é completa se não retirarmos os restos de alimentos entre os dentes(onde nenhuma escova ou bochecho vai limpar). O único meio realmente efetivo é o fio dental que deve sempre ser passado em frente ao espelho,para que possamos VER o local onde está sendo usado. Apesar de ser mais difícil passar nos dentes posteriores(“do fundo”) estes são os dentes que precisam de nossa intervenção mais efetiva e DIÁRIA. Todo os dias devemos usá-lo com muita atenção.Se ao passar ele causa sangramentos,procure seu dentista para orientar como solucionar este problema.
              
                       Fio dental corretamente dentro da gengiva


Se você quebrou o braço, está com artrite ou perdeu habilidade motora(3a idade), a limpeza entre os dentes deve ser feita com os suportes de fio dental,normalmente encontráveis nas drogarias maiores ou nas dentais( que vendem materiais aos dentistas). Eles são muito importantes para acessar os dentes de fundo e para treinar as crianças no uso do fio dental, que vai lhes ser útil por toda a vida.

                             Suporte de Fio dental em ação


Para aqueles pacientes que usam próteses fixas( diversas coroas soldadas entre si) nem o fio dental ou o suporte para fio vão conseguir remover os restos de alimentos que vão parar por baixo destes dentes. A solução é usarmos as escovas interdentais, ou se elas não couberem os passadores de fio dental,uma alça que passamos o fio por dentro e entramos por baixo de onde ocorre o ponto de solda dos dentes. Esta comida acumulada é a grande causadora de cáries sob estas próteses fixas.

Mas, se o espaço entre os dentes ficou mais largo(por tratamento periodontal ou pelo passar dos anos) o fio dental ,nestes dentes, deve ser substituído pelas ESCOVAS INTERDENTAIS,cujas pontas são trocadas a cada 5-8 dias. São encontradas em Farmácias,supermercados e drogarias. O seu cabo deve ser comprido e angulado, para facilitar o acesso nos dentes posteriores.


                                 Passadores de Fio Dental

                                      
                     Escova Interdental


Não só os dentes guardam restos de comidas depois das refeições: também na língua(onde ficam as papilas gustativas) sobram muitos restos de alimentos ,células mortas e bactérias, que formam a saburra,que aumentam o mau-hálito e dificultam o controle da diabetes e da hipertensão. As escovas de dentes limpam só parte da língua,mas não chegam até o fundo onde devemos usar ,uma vez por dia apenas,os limpadores de língua , geralmente plásticos,e que já são encontrados nas farmácias e drogarias.


                                 Limpador de língua em ação


Se usamos próteses removíveis(“pontes móveis”) ou próteses totais(“dentaduras”) não pense que aí não se acumulam restos de alimentos. Eles param e em grande quantidade ! Após cada refeição,devemos retirar as próteses e limpá-las por dentro e por fora( dentro de uma pia cheia de água)- para não dar mau hálito e formar “tártaros” bem como o rebordo(“gengiva”) onde se apóiam,onde ficam muito restos que ajudam a aumentar a perda óssea sob estas próteses. Para isto devemos usar as escovas para próteses à venda no comércio. Se restaram dentes naturais ou coroas, eles devem ser limpos com escova de dentes e fio dental.

                                
                               Escova para limpar próteses

Quando a pessoa perdeu habilidade com as mãos por idade ou por acidente, o uso de escovas especiais com cabo mais largo(para facilitar a “ pega”) ou as escovas elétricas( para ela fazer o movimento correta da escova nos dentes) pode ser uma ótima opção para suplantar estes desafios da vida !

                               
                              Escova com boa empunhadura


Muitas pessoas usam vinagre , sabão, detergentes para limpar as próteses que possui. Isto deve ser evitado e no comércio temos as pastilhas efervescentes que devem ser usadas uma vez por semana com a finalidade de limpar as próteses. No dia-a-dia use só escova de dentes e SEM pasta, para não alterar a textura da resina das próteses.

Depois de bem limpas,colocar próteses em pastilhas efervescentes uma vez por semana

Se depois disto tudo você ainda quer ter certeza se sua boca ficou REALMENTE limpa, use as pastilhas evidenciadoras de placa bacteriana que vão dizer em que ponto do dente você não limpou corretamente.


O evidenciador de placa mostra, em vermelho, onde não se limpou bem os dentes

Viu? Limpar BEM os dentes é uma arte que exige conhecimentos e os materiais necessários.Cuidando bem deles você vai fazer com que seus dentes naturais durem toda uma vida, ajudando no seu sorriso e fazendo com que consiga ser mais simpático e bonito ! O quê você está esperando?

Converse com seu dentista para ele lhe indicar quais os tipos mais indicados para os seus dentes !

 



                                                 E SORRIA, FELIZ DA VIDA !!


Consultoria:
Dr. Fernando Luiz Brunetti Montenegro
Contato: fbrunetti@terra.com.br


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29 de abr. de 2010

Ação odontológica preventiva em paciente idoso dependente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – Relato de caso clínico

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor hospitalar caracterizado por ser responsável pela monitoração contínua de pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos, sendo fornecidos o suporte e tratamento intensivos que podem contribuir na recuperação dos mesmos. O presente relato de caso tem como objetivo abordar a intervenção odontológica na UTI de um hospital em Brasília-DF, suas peculiaridades e condutas clínicas adotadas na promoção de saúde e adequação do meio bucal. Paciente idoso dependente, leucoderma, portador de demência em estágio avançado, com 86 anos, foi internado por um período de 06 dias na UTI devido a comprometimentos sistêmicos pulmonares e outras implicações sistêmicas. A ação odontológica foi direcionada à eliminação de focos inflamatórios como o biofilme (placa bacteriana) e cálculo supragengival, além de possíveis agentes infecciosos decorrentes de problemas bucais, como a saburra lingual, que poderiam estar agindo como incrementantes de doenças sistêmicas adquiridas como a pneumonia nosocomial. Foram realizadas ações clínicas como raspagem supragengival, escovação dentária orientada e supervisionada com pasta profilática e fluoreto fosfatado acidulado a 1,23%, além da terapia periodontal de suporte. Foram realizadas orientações à equipe de enfermagem de manejo, técnica e adaptação profissional para a manutenção da saúde bucal. Observou-se a melhora significativa da condição odontológica do paciente, ou seja, a eliminação do biofilme dental, saburra lingual e do processo inflamatório nos tecidos periodontais colaborando, de fato, para o não-aparecimento de novas doenças oportunistas, como é a pneumonia nosocomial. Concluiu-se que a participação de um cirurgião dentista, com capacitação voltada à este tipo de paciente, ajuda de fato numa mudança de quadros clínicos, tornando as equipes verdadeiramente interdisciplinares para uma pronta recuperação dos pacientes.

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Matéria : Revista Implant News


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8 de abr. de 2010

Entrevista ao TPD de Sucesso

NICOLAU JOSÉ CURY

- Presidente da comissão dos TPDs no CROSP

- Presidente do Laboratório Nicolau

- Fundador e ex-diretor de várias entidades de classe

- TPD desde 1948 com inscrição remida no CROSP n. 005

- Ex-assessor da presidência do CFO

- Premio “Lecron de Ouro” em 1973 e 2002

- Premio “Top Smile - Referência Odontológica” nos últimos 7 anos

- Primeiro TPD a receber a Comenda e Medalha Tiradentes - 2006

- Vários cursos de especialização na Europa e Estados Unidos

- Pioneiro, introdutor e divulgador de várias tecnologias, especialmente na área de Prótese sobre Implantes e Odontologia Estética


Obrigado por sua atenção em nos conceder esta entrevista. Fique a vontade para não responder alguma pergunta, bem como colocar outras que no seu entender sejam importantes no seu caso. Coloque um pouco do currículo.

Como teve a idéia de trabalhar com Prótese? Como foi seu início na profissão?

Comecei aos 13 anos, como boy, em Botucatu no laboratório de Rubens Konishi e, muito curioso, comecei a mexer em tudo, com isso, depois de muito pouco tempo passei a auxiliar. Antevi um bom futuro na profissão , pois Konishi , um profissional muito respeitado, que veio do Japão no final dos anos 30, vestia-se sempre muito bem e morava no melhor hotel da cidade. O importante é que aprendi a profissão com um mestre e isso foi determinante na minha vida.

Fiquei lá por mais ou menos 5 anos e vim para São Paulo, onde comecei no Laboratório Vitallium. Depois do Vitallium, trabalhei, já como TPD, numa clínica no Ipiranga. Antes de completar 20 anos já tinha meu próprio Laboratório. Isso no começo dos anos 50. Eram 2 salinhas na Rua Sete de Abril. O laboratório cresceu, são 5 laboratórios, cada um dirigido por um técnico e centralizados no controle de qualidade e administração. Hoje ocupamos os 2 últimos andares do mesmo prédio que foi totalmente modernizado e é um edifício tranquilo perto da biblioteca municipal.

Lembra como foi o seu primeiro trabalho como aprendiz?

Foi uma soldagem. Fiz com muito cuidado, demorei quase uma hora. Ainda bem que ficou perfeita.

Como conquistou o seu título de Técnico em Prótese
Dentária?

Obtive o título em 1948. Na época era obrigatório fazer um exame prático e outro teórico.

Quais as dificuldades que teve na área técnica na época?

Cada época tem as suas coisas boas e as suas dificuldades. As dificuldades nos tornam mais fortes . Procuro também não ser saudosista , pois isto impede a nossa evolução. Fiz tudo sempre com muito amor, talvez por isso não me lembro de maiores dificuldades.

Lembra de algum caso pitoresco acontecido no laboratório?

Com Konishi tive que me acostumar com as tradições japonesas. No começo achava engraçado. Mas depois percebi que elas representavam respeito, hierarquia, humildade, qualidades que ajudaram a moldar o meu caráter.

Quais foram seus maiores ou melhores momentos?

Os maiores foram as premiações: Lecron de Ouro (2 vezes) e o melhor Laboratório ( Top Smile – 7 vezes ) e a Comenda e Medalha Tiradentes (2006) , que é a maior Láurea da Odontologia Paulista. Os melhores foram os nascimentos dos meus filhos, Eduardo e Danilo e neto, Nicolas.

Qual o marketing que usou para começar?

O mesmo que uso e cumpro até hoje: ética, qualidade e pontualidade.

Tem algum Protético na família?

Meus dois filhos e um sobrinho.

Quem é seu maior ídolo na Prótese?

São diversos. Mas, poderia citar 4 , que, creio eu ,são “hors concours”:
-Professor Rui Brunetti: que fez da teoria a nossa prática, através de seus cursos;
-Reinaldo Todescan, que no IV CIOSP, conseguiu que os TPDs também participassem dos congressos da APCD, buscando a aproximação entre CDs e TPDs;
-Carlos Aldrovani, o primeiro presidente da Associação dos Protéticos;
-Alberto Linares , ex-presidente da Dentsply do Brasil.
Sem eles teríamos que reescrever a história da prótese no Brasil.

Na profissão, quem são seus grandes amigos?

Graças a Deus, só tenho amigos. Poderia citar muitos, mas sempre faltaria alguém.

Quem fez mais pela Prótese Dentária nestes anos todos?

Sem dúvida, Alberto Linares. A maior referência dentro da classe.

Qual seu livro ou autor preferido na profissão?

Ribeiro, adoro os seus livros e os tenho como referência. Tive a honra de prefaciar um deles, que foi o primeiro livro na área de marketing para TPDs. Eles não podem faltar na biblioteca de nenhum profissional da Odontologia. Além deles, leio e consulto sempre as obras do Dirceu Vieira, Mondelli e Franciscone.

Qual a revista na área da Prótese que mais gosta de ler?

Implant News e Apdesp Informa.

O que acha da Prótese Dentária hoje? E no futuro!
Qual será o caminho mais indicado para a Prótese no futuro?

Hoje e cada vez mais, as tecnologias CAD-CAM. Porém não devemos nos esquecer dos fundamentos, que são imutáveis.

Quem o ajudou a obter o sucesso profissional?
Minha esposa, Lúcia.

Sente-se realizado profissionalmente?

Sim , principalmente por ter formado, no meu Laboratório, mais de 500 profissionais, que hoje também são TPDs de sucesso.

Congressos, palestras e cursos, qual o mais importante?

Todos são muito importantes . Sempre aprendemos alguma coisa. Cito o congresso da Apdesp. Em 1978, quando realizamos o primeiro, tivemos a participação de cerca de 2500 profissionais . Para o próximo, em 2011, temos a expectativa de 12000 adesões.

A prótese convencional vai permanecer por muito tempo?

Em torno de dez anos.

Qual área da Prótese Dentária que mais atua?

Atuo em todas as áreas. Conforme já disse, no meu Laboratório tenho um técnico responsável para cada setor.

Deixe uma mensagem para os Técnicos mais novos:

Fiquem espertos. O que é bom hoje, pode não valer nada amanhã.

A palavra é sua para considerações finais.

Muito obrigado pela oportunidade. Aos TPDs: devemos nos unir e criar o nosso próprio Conselho de Prótese Dentária. O benefício será de todos.


Entrevista por : Antônio Inácio Ribeiro ribeiro@odontex.com.br

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1 de abr. de 2010

Lições da Família Toyoda

Dezembro de 2007. Festa de fim de ano, no centro de operações da Toyota em Toyota City, antiga Koromo, a 50km de Nagoya. Entre uma e outra dose de sakê, Shoichiro Toyoda, 80 anos, ainda vigoroso, ex-presidente e filho do fundador, o lendário Kiichiro, recebia os cumprimentos. A empresa havia chegado ao topo, era agora a maior e mais rentável montadora do mundo. O Sistema Toyota de Produção estava sendo utilizado desde hospitais até lavanderias.

Discreto, seu semblante denotava preocupação. O que estava acontecendo? Décadas de experiência, tornaram Shoichiro um visionário. Para ele, o que iria acontecer parecia tão óbvio. Apesar de suas seguidas advertências nas reuniões do Conselho, ele notava que seus executivos continuavam insensíveis, arrogantes. Os ensinamentos de humildade, a priorização da qualidade, visando à confiabilidade, pontos essenciais para seu pai, parece que haviam sido esquecidos pela terceira geração. A meta de crescer a qualquer custo é essencialmente perigosa, ele pensou. Mas, não havia o que fazer.

No outro lado do salão, seu filho Akio, vice-presidente executivo e, em breve, futuro presidente, conversava discretamente com um grupo de técnicos, provavelmente, sobre os segredos dos novos lançamentos.

Shoichiro pensou, com um sentimento misto de culpa, tristeza e satisfação, que seu pai havia sofrido os horrores da guerra, viu seu país semi-destruído e ajudou a reconstruí-lo. A segunda geração, a dele, havia sido privilegiada. Os tempos foram difíceis, também, mas todos puderam trabalhar e muito, porém, sem maiores sobressaltos. Todos venceram, e realizaram seus sonhos, muito além do que puderam imaginar. Agora, seu filho iria viver a treva, as oscilações e as incertezas da crise. Tomou mais um gole de sakê. Enfim, pensou, ninguém pode fugir do seu destino. Ao nascer em berço de ouro e ver seus pais enriquecendo cada vez mais, o destino de Akio já estava traçado. Podemos fugir dos credores, dos falsos amigos, dos inimigos, das tentações, dos vícios e até de nossos pensamentos, mas não do que já está traçado. Maktub, como dizem seus amigos árabes, pensou ele.

DE VOLTA AS BASES COM AKIO

Fevereiro de 2010. Madrugada em Nagoya. Shoichiro vê pela televisão Akio, agora o CEO da Toyota, falando à Comissão de Fiscalização do Congresso Americano. Humilde, um pouco inseguro, ele tenta explicar o que está acontecendo com os carros da empresa.
Shoichiro comenta para sua esposa Hiroko:
- Que m....! Mais uma vez estamos abaixando as calças para os americanos!
- Calma! Akio vai saber dar a volta por cima, como nossos pais fizeram, respondeu Hiroko!
- E esses malditos coreanos! Sempre megalomaníacos, comendo sardinha e arrotando camarão. Já estão dizendo que estão na nossa frente. Vamos ter que derrotá-los novamente!
- Quanto mais velho, mas impaciente você fica. Vamos derrotá-los mais uma vez, porém, agora, comercialmente. Akio tem a fibra de seu pai. Apaziguou Hiroko.
- Quer dizer que eu não tenho fibra!
- Não foi isso que eu falei. E deu um beijo no seu marido.

Hiroko estava certa. Ao depor no Congresso Americano, Akio se desculpou pelas falhas de seus modelos top de linha, como o Corolla, o Lexus, o Camry, o Prius o RAV4 e outros, que causaram inúmeros acidentes em todo o mundo. Comprometeu-se pessoalmente de que a Toyota voltará a trabalhar de forma vigorosa e incessante para restabelecer a confiança do consumidor.

A Toyota, fulminada pelo recall de 8 milhões de unidades no Japão, Europa e Estados Unidos, causado por problemas eletrônicos, problemas nos pedais e até nos tapetes, teve um prejuízo de US$ 429 milhões e as vendas despencaram em 1,9 milhões de unidades em 2009. Isto significa o tamanho da produção da Daimler-Benz, uma das 12 maiores do mundo.

Akio foi empossado no meio da tormenta e não perdeu tempo. Trocou toda a velha diretoria, encostou executivos que estavam mofando no poder e chamou gente ainda mais experiente e com pique para o trabalho. No mercado mundial, re-dividiu as operações do grupo, colocando executivos vencedores, com inglês fluente e MBA nos Estados Unidos, como ele. Akio instituiu um estilo duro de gestão. Até para ele. Um amante da velocidade, sempre testou os lançamentos da empresa. No entanto, foi com lágrimas, que anunciou o afastamento da Toyota na Formula 1, por causa dos altos custos. Instituiu um slogan para a sua gestão: “De volta às bases”.

LIÇÕES DA CRISE

É obvio que os trechos em itálico, embora devam estar próximos da realidade, são pura ficção.

Porém, quais as lições que podemos tirar do caso Toyota?

Alguns falaram até em sabotagem. É possível. No entanto, os executivos arrogantes, que já devem estar na rua, esqueceram-se de um dos lemas do velho mestre Kiichiro: “Controle de qualidade total em todas as etapas, desde o recebimento dos componentes, até a entrega do veículo”. O controle de qualidade total elimina fraudes e sabotagens.

Outro erro: crescer a qualquer custo. Com isso, mais uma vez deixaram de lado os princípios que nortearam a evolução e sucesso da Toyota. Pior, quase jogaram no lixo, uma das marcas mais valiosas do mundo, com 70 anos de sucesso.

Na edição de mai/jun de 2008, escrevemos uma matéria com o título “É POSSÍVEL UM LABORATÓRIO TOYOTA?” Continuamos achando possível, desde que se preste atenção em um de seus parágrafos (transcrevo literalmente) :

“Em resumo, os pontos chaves, em um laboratório, para a implantação do Sistema Toyota, além de (IMPORTANTÍSSIMO), uma predisposição e humildade para evoluir, aprender e ensinar (ensinando se aprende muito), em todos os momentos, são....”


               


Danilo Barossi Cury
TPD e Engenheiro de Produção



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Terceira Idade: Orientações Sobre Saúde Bucal

As projeções futuras realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) registram o aumento expressivo da população idosa no Brasil e no mundo. Esta população muitas vezes é acometida por diversos problemas, como a xerostomia (boca seca), cáries de raiz, problemas nas pontes/próteses totais, doenças periodontais, lesões da mucosa bucal (candidíases, leucoplasias, etc), câncer bucal, etc. Então, esta população precisa de cuidados e orientações específicas quanto a sua saúde bucal.

Na boca existem bactérias que ficam juntas e formam a chamada "Placa Bacteriana". A "Placa Bacteriana" é a principal causa de cáries e doenças periodontais. A Placa Bacteriana é uma película transparente que se forma sobre a superfície dos dentes e ao redor da linha das gengivas. Ela é composta por uma colônia de bactérias que decompõem o açúcar e os restos alimentares acumulados, produzindo ácidos que atacam os dentes e a gengiva.

Um fator que pode causar a cárie na terceira idade é a chamada "xerostomia" ("boca seca"). A xerostomia, que é a diminuição da quantidade de saliva, é comum em quem toma muitos medicamentos, como por exemplo os idosos. No caso daqueles que sofreram radioterapia anticancerígena de cabeça e pescoço, uma diminuição do fluxo salivar ainda maior é observada e pode criar as cárie de radiação com uma exposição muito grande na região da raiz do dente, e por isto, é importante a participação dos dentistas antes dos tratamentos oncológicos iniciarem...

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A Importância das Lesões na Mucosa Bucal na 3ª Idade

Os indivíduos da terceira idade estão sujeitos a vários tipos de lesões na mucosa bucal (como candidíases e leucoplasias) e outras doenças, como por exemplo, o câncer bucal. A candidíase é uma infecção por levedura das membranas da mucosa da boca e da língua, sendo que a principal causadora de infecção em seres humanos é a Candida albicans. Os sintomas incluem o surgimento de placas esbranquiçadas e aveludadas na membrana mucosa da boca e da língua. Outra lesão da mucosa é a leucoplasia. É uma das lesões cancerizáveis mais frequentes da boca. E isto vai depender de hábitos nocivos à saúde como o tabagismo associado ao etilismo, pois pode aumentar o risco de tornar-se cancerizável. Ela desenvolve-se em qualquer região da boca, sendo que as áreas mais afetadas são no lábio inferior, rebordo lateral de língua e mucosa jugal (mucosa interna da bochecha). O seu aspecto clínico é semelhante a outras lesões com aspecto de placas brancas que ocorrem na cavidade bucal. Já o câncer oral aparece geralmente como uma ulceração (ferida) com as bordas elevadas e pode se apresentar também com coloração branca e/ou vermelha. Essa ferida, no início, não dói e não cicatriza e o indivíduo pode apresentar dificuldade em falar ou engolir.

Mas o diagnóstico correto, tanto das lesões na mucosa como do câncer bucal, é realizado pelo dentista, sendo importante o diagnóstico precoce das mesmas. Para isto, é fundamental que os indivíduos da terceira idade realizem o auto-exame, isto é, o exame da própria boca diante do espelho, que possibilita a detecção de lesões na boca na fase inicial e a pessoa ao perceber alguma anormalidade, deve procurar o seu dentista.

Idosos que tem boa coordenação motora (idosos independentes), devem realizar o auto-exame através de um espelho e em um local bem iluminado. Aqueles que usam próteses (dentadura) precisam retirá-las antes de começar o exame. Baseado no que preconiza o Instituto Nacional do Câncer (INCA) do Ministério da Saúde, o auto-exame deve ser feito da seguinte forma:

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31 de mar. de 2010

Idosos: Prevenção na Saúde Bucal

Uma doença que ocorre com frequência com idosos é a doença periodontal. Ela acomete os tecidos em torno dos dentes e quase sempre é indolor. E devido a isto, quando percebe-se que tem a doença periodontal, já ocorreu uma boa perda óssea nos dentes afetados. Ela tem como agente causador a placa bacteriana que se acumula sobre as superfícies do esmalte dentário e no sulco gengival (fica na margem gengival entre a parte branca do dente e o tecido gengival) e isto vai formar o tártaro com o passar dos meses...


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25 de mar. de 2010

UM POUCO SOBRE A ODONTOGERIATRIA E SUA PARTICIPAÇÃO NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS.

A Odontogeriatria é uma nova área para a Odontologia no Brasil,mas no mundo já é comentada desde meados do século passado,nos E.U. A. , por colegas do quilate de Saul Kamen e posteriormente por Ronald Ettinger e James Beck e colab.(EUA), Barnes e Walls(Inglaterra) e Holm-Pedersen e Loe( Suécia/EUA),seguido por Drummond e colab(Escócia),Ainamo e Narhi(Finlândia),Budtz-Jorgensen e Muller(Suíça)Montoya(Espanha), e outros ,por todo o mundo 1.

No Brasil, desde a década de 70, já se observara artigos sobre o tema,o trabalho de campo do SESC(SP),Vieira,Birman e Novelli(SP) ,Bellagamba e Storch(RS),Badra(SP) e encerrando o século e começando o novo milênio notou-se os trabalhos de Conrado e Kina(PR),Padilha,Madeira,Baldisserotto e colab(RS),Jitomirskis(PR)), Werner(SP), Brunetti e Montenegro(SP), Tibério e Sequeira(SP) ,Marchini e colab(SP) , Pucca Jr.(PR), Tim(SP), Cormack(RJ) , Dunkerson(pela www.), Arteche e Boeckel (RS), Neves(PR), Pastre(PR), Gonçalves (SC) , Túlio(MG),Tin(SP), Frigério.(SP), Dias(SP), Moura(SP) ,Chiarello(SP),Lucimar(SP) ,Miranda(DF),Parra(DF), Hebling(SP),Scelza(RJ), Oleiniski(SC), Gonçalves(MG)e muitos outros,que podemos ter omitido aqui,mas que ajudaram e ajudam a formar uma massa crítica muito importante para o desenvolvimento da Odontogeriatria neste início de século1,2.


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18 de mar. de 2010

Serviço de Assistência Domiciliária

Sabe-se que em muitos países e no Brasil, em especial, há um movimento em direção à implementação da “assistência domiciliária” na oferta de serviços de saúde prestados aos cidadãos. O objetivo deste artigo é problematizar esse movimento e os seus efeitos na promoção da saúde dos idosos.

“Como Publicado na Revista da SBGG 2009 3(3):138-145,ISSN 1981-8289”

INTRODUÇÃO

O aumento da população idosa no mundo é dado que chama a atenção de pesquisadores e gestores (públicos e privados), inclusive no Brasil. Os últimos dados estatísticos mostram que 7% da população brasileira (algo em torno de 14 milhões de habitantes) é idosa¹.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, em 2025, esse número se encontre próximo de 33 milhões, o que representará 15% da população total do país. Ao contrário dos países desenvolvidos, onde o aumento da expectativa de vida resultou de melhoria das condições de vida da população, o Brasil enfrenta uma realidade diferente, isso porque “nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, essa mudança foi brusca e despreparada”².

Deve-se indagar, portanto, sobre como o Brasil poderia se estruturar devidamente - em termos de políticas públicas - para enfrentar o desafio da longevidade. As alterações bio-psico-sociais associadas ao envelhecimento repercutem e criam demandas que, sem permitir demora, necessitam ser acolhidas e geridas nos campos social, político, econômico e da saúde.

Considerando o campo da saúde especificamente, sabe-se que, de maneira geral, as internações hospitalares são mais freqüentes quando se trata de idosos, acarretando um alto custo no atendimento. A assistência domiciliária configura-se, no âmbito dessa problemática, um caminho alternativo. Essa proposta, bem como seus efeitos no atendimento e na promoção da saúde do idoso, é o foco da reflexão que se encaminha neste artigo...

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4 de mar. de 2010

Qualidade de Vida e Saúde Bucal na Terceira Idade

Já é sabido por toda a sociedade que está ocorrendo o aumento da população idosa. Nos últimos 50 anos ocorreu um grande avanço tecnológico e novas descobertas que buscam desesperadamente maneiras de prolongar a vida das pessoas e propiciar uma melhor qualidade de vida.

O crescimento da população idosa no Brasil, tem acarretado um grande impacto, devido à falta de planejamento, de medidas assistenciais, de formação e capacitação do material humano necessário. Somado a esses fatores, grande parte de nossos idosos apresenta, além dos problemas de saúde, problemas sócio-econômicos.

Mas o que tem a ver isso com a saúde bucal ? Tem tudo a ver, pois a saúde bucal depende de vários fatores, como por exemplo de políticas públicas adequadas, de investimentos em programas de saúde direcionados à terceira idade, etc.

E investir na saúde na terceira idade, assim como em outras fases da vida, é de extrema importância, pois a saúde bucal melhora a saúde geral, assim como a estética agradável mantém a auto-estima e o bom desempenho social.

Dentro de políticas sociais, a prevenção deve ser um direito de todos e na terceira idade é fundamental no que se refere a qualidade de vida. E qualidade de vida significa, além de ter uma qualidade de saúde bucal, ter também qualidade de saúde geral, qualidade de vida social, qualidade de relacionamentos, qualidade material, qualidade espiritual, e outras, até chegarmos à qualidade total, como o objetivo maior de toda a sociedade na modernidade.

O principal objetivo da prevenção em todas as áreas ligadas à medicina é melhorar a qualidade de vida e proporcionar um envelhecimento saudável. E envelhecer com saúde, disposição e qualidade de vida, estão envolvidos aspectos não só biológicos, mas também psicológicos, econômicos, sociais. A boca é um dos elementos que merecem atenção no processo de envelhecimento, porque é por meio dela que podemos expressar, através do sorriso, nossos sentimentos de alegria, de sedução. Os dentes irão representar um papel fundamental nesse aspecto. Um idoso que tem bons dentes, que tem uma boa mastigação, tem uma melhor qualidade de vida do que um idoso que apresenta muitas cáries, devido ter uma higienização incorreta, e acaba comprometendo sua saúde como todo.

A promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal, devem estar inseridas na rotina de todas as instituições, e em especial naquelas dos indivíduos da terceira idade, uma vez que a condição bucal em última instância influencia diretamente a qualidade de vida, por definir sua capacidade de mastigação, nutrição, fonética e de socialização. E por isso, é importante para o idoso ser orientado em relação a vários aspectos de sua saúde, como por exemplo, saber qual a melhor dieta, saber cuidar dos dentes e gengivas, saber realizar um auto-exame na boca para ver se tem anormalidades, etc. Enfim, realizar a prevenção na terceira idade é fundamental para ter saúde bucal e a qualidade de vida em todos os sentidos.

Dr. Marco Tulio Pettinato Pereira
Cirurgião-dentista com especialização em Saúde de Família (UCAM), Saúde Pública (UNAERP) e Saúde Coletiva (SL Mandic).





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3 de mar. de 2010

Finanças e Inteligência Emocional

Nesta coluna sempre procuramos analisar objetivamente a partir de dados reais, qual é a melhor forma para de se evoluir profissionalmente, admininistar corretamente um laboratório, fazer investimentos e buscar empréstimos. Nos 26 artigos que escrevemos, até agora, abordamos marketing e relacionamento dentro do Laboratório e insistimos muito em cálculo de custos, para a obtenção de preços que tornem o Laboratório lucrativo. Várias vezes falamos de produtividade ,processos e métodos de trabalho para torná-lo competitivo.Previmos a crise , quando todos estavam otimistas. Porém falhamos em um aspecto. Quais são as nossas reais motivações? Como é o processo de tomada de decisões de um TPD?

Existem centenas de livros de autoajuda e milhares de administração financeira, porém pouquíssimos que tratam de finanças comportamentais. Em 30 anos de mercado, muitas vezes vimos profissionais experientes agirem emocionalmente como leigos, comprando ações no pico e vendendo na baixa. Já vimos também donos de Laboratório gastarem fortunas , expandindo seu Laboratório de uma forma desordenada e sem necessidade ou comprarem equipamentos caríssimos, de marcas diferentes , porém que fazem examente a mesma coisa e ficam subutilizados.

No final das contas o que deveria nos motivar é ter paz, estar bem com a família, enfim ser feliz . Por que muitas vezes tomamos decisões que vão contra o objetivo fundamental de todo ser humano? Orgulho, inveja, raiva ,necessidade de ser aceito, frustrações, ou algo que “nem Freud explica “?

Só conseguimos estar bem profissionalmente , se estivermos bem emocionalmente. Como vivemos em um mundo conturbado, a terapia é a chave fundamental para o sucesso pessoal e profissional. Setenta por cento dos executivos americanos de alto nível fazem terapia , sendo que desses, oitenta por cento tem uma vida , que consideram de bom ou ótimo nível de felicidade, segundo pesquisas da Universidade da Califórnia, Berkeley.

Portanto , meus colegas, vamos ativar a nossa inteligência emocional, vamos fazer terapia, nem que seja de grupo !

Danilo Barossi Cury


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A Confraria Para Homens do IPGG

A utilização dos serviços de saúde costuma ser menor por indivíduos do sexo masculino. Dentre outras causas, está a cultura machista presente em países latinos, como o Brasil. A procura por ajuda médica, por exemplo, ainda que preventiva, poderia ser percebida pelo homem como um “sinal de fraqueza”.

Apesar das mudanças socioculturais, muitos homens ainda têm esta opinião, incluindo idosos que, não raramente, são portadores de variadas doenças.

Buscando estimular uma maior frequência destes idosos nos serviços de saúde, funciona, no IPGG (Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia) José Ermírio de Moraes (antigo CRI-São Miguel), desde outubro de 2008, a CH (Confraria para Homens): trata-se de um grupo composto exclusivamente por idosos do sexo masculino, que ocorre todas as quintas-feiras. O encontro tem duas horas de duração e procura estudar e promover a autovalorização e a potencialidade masculina, abordando aspectos biopsicossociais. Usuários com leve comprometimento físico ou cognitivo também podem ser incluídos no grupo, que realiza exercício físico moderado e alongamentos (ministrados pela Profª. Daniela Pontes, de Educação Física), passeios, jogos de mesa, e discussão de diversos temas (política, religião, saúde, esportes, atualidades, Sociologia).

A Confraria para Homens foi idealizada e criada no próprio IPGG, pela terapeuta ocupacional Elisabete Castelo Branco, atualmente cursando o Master em Estudos Interdisciplinares de Gênero na Universidad Autónoma de Madrid. Presentemente a CH é coordenada por dois cirurgiões-dentistas (Stefano Frugoli Peixoto, Odontogeriatra e Maurício Moraes de Melo, especialista em Saúde Pública e Envelhecimento) e um assistente social (Luis Joaquim de Souza), todos funcionários do IPGG.


Stefano Frugoli Peixoto
Cirurgião-dentista do IPGG , Especialista em Odontogeriatria e Mestrando em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo



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24 de fev. de 2010

2010 – O ANO DO TIGRE

Pelo horóscopo chinês 2010 será o ano do tigre, no qual inicialmente teremos um período conturbado e com algumas catástrofes. Ainda, 2010 será marcado por muitos enfrentamentos e desastres. Porém, ao mesmo tempo, poderá ser um ano de grandes conquistas, que só virão depois de muita luta. Enquanto algumas pessoas ganharão muito, outras perderão tudo. 2010 será tudo ou nada. Não é um bom ano para especulações. Os resultados poderão ser catastróficos. Devemos agir como os felinos, isto é, atacar com segurança, depois de ficar a espreita, estudando bastante a possível presa.


Essas ponderações são bem adequadas ao momento em que vivemos. Apesar de todos acharem que o mundo e particularmente o Brasil ultrapassou os momentos mais difíceis da crise, devemos agir com cuidado, pois pode vir o repique dela e com muito mais intensidade, como em um tsunami em que vem uma onda forte e depois de uma certa calmaria, outra, milhares de vezes maior.

Na realidade os motivos que levaram a crise continuam. Apesar da esperança no novo presidente americano, a economia lá continua desequilibrada e a brasileira esta seguindo o mesmo caminho.

A grande crise ainda está por vir. Algumas questões:

1.) Nos EUA e na Europa quem vai pagar o socorro ao sistema financeiro?
2.) E as grandes mudanças e regulamentações que Obama prometeu?
3.) Como um país em que se investiu muito pouco em infra-estrutura, saúde e educação nos últimos 30 anos pode ser considerado a “bola da vez”?

No Brasil, 2010 será um ano de eleições em que não teremos grandes novidades. A candidata do governo, a preferida do mercado financeiro tentará ser eleita contando que o carisma do presidente poderá lhe transferir votos (a sua grande obra o PAC, empacou). O outro candidato temido pelo mercado, pois poderá fazer um sério ajuste fiscal, praticamente naufragou nas enchentes do verão.

Pode ser que a bolsa volte a subir e chegue a 85.000 pontos como prevêem alguns analistas. Mas devemos ter cautela. O dólar, seguindo uma tendência mundial, deverá se valorizar em relação à moeda brasileira. Os imóveis, super-ofertados no Brasil e com o mercado em crise, praticamente no resto do mundo, não serão uma boa opção de investimento. O Ouro deverá continuar subindo, refletindo a insegurança, a alta do dólar e o mercado externo: Os Fundos DI devem ser beneficiados pelo esperado aumento da Selic de 8,75% até 11% durante o ano. As aplicações em CDBs Pós-Fixados e com liquidez imediata também serão outra boa opção.

Portanto, devemos ser conservadores e dar o pulo do gato, ou melhor, do tigre sómente quando estivermos muito conscientes e seguros da situação

                          

Danilo Barossi Cury
dbc@nicolau.com.br
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Saúde Geral de Idosos: Odontogeriatria

SAÚDE GERAL DE IDOSOS QUE BUSCAM TRATAMENTO ODONTOLÓGICO ESPECIALIZADO EM ODONTOGERIATRIA : UM ESTUDO PILOTO.

Resumo

A medicina e a odontologia devem interagir trocando informações principalmente no atendimento a pacientes idosos, uma vez que fatores bucais podem agravar a evolução de doenças sistêmicas e estas podem comprometer o trabalho odontológico e/ou qualidade de vida dos indivíduos afetados. Deste modo, é objetivo deste trabalho avaliar a saúde geral de idosos que buscam tratamento odontológico especializado em Odontogeriatria na cidade de São Paulo-SP. Para tanto, foram utilizados de 61 prontuários cedidos pelo Curso de Especialização em Odontogeriatria da Associação Brasileira de Ensino Odontológico Regional São Paulo (ABENO-SP). A população amostral era composta de 68,85% de mulheres e com faixa etária entre 53 e 83 anos de idade. Os principais problemas de saúde relatados foram : Osteoporose (24,60%), Diabetes (8,20%), Hipertensão (44,26%), Alzheimer (1,63%), Mal de Parkinson (0,0%), Depressão (11,47%) e fratura do fêmur (3,27%). Deste modo, ressalta-se a importância da avaliação da saúde sistêmica para a escolha da terapia odontológica em pacientes idosos.

Introdução

A medicina e a odontologia devem interagir trocando informações principalmente no atendimento a pacientes idosos,já que fatores bucais podem agravar a evolução de doenças sistêmicas e estas podem comprometer o trabalho odontológico e/ou qualidade de vida dos indivíduos afetados (BRUNETTI et al. 2002).Corroborando com este raciocínio,Hamalainen et al., em 2003,concluíram que saúde bucal ruim tem relação com a crescente taxa de mortalidade entre pessoas idosas,visto que afeta a saúde geral do paciente.Moriguchi,em 1992,expôs que a perda de estética por falta de dentes e diminuição da atividade social aumenta o fator de risco de arterioesclerose cerebral,assim como o envelhecimento cerebral.Persson et al., em 2003, comprovaram que a depressão em idosos não aumenta o risco de periodontite,mas aumenta o risco de perda de dentes.

Com o envelhecimento, os indivíduos ficam por mais tempo expostos aos fatores etiológicos de doenças da cavidade bucal (cárie,perda óssea alveolar e doenças periodontais) e devem buscar o tratamento odontológico especializado.No entanto,além do conhecimento odontológico o cirurgião-dentista deve conhecer adequadamente a saúde geral do idosos,os quais normalmente apresentam um quadro de saúde complexo por serem portadores de diversas doenças crônicas e ingerirem muitos medicamentos necessitando assim de cuidados especiais(BRUNETTI et al.,2002).

Para tanto,é necessário que o profissional busque informações sobre esta população para estar preparado para atender pacientes com este perfil.O cirurgião-dentista deve receber não apenas uma formação técnica,mas também uma outra que o prepare para participar como um membro ativo de uma equipe multidisciplinar de saúde,capacitando-se para avaliar seus pacientes de forma global (MIGLIORATI,2002).

Considerando o exposto, é objetivo deste trabalho avaliar a saúde geral de idosos que buscam tratamento odontológico especializado em Odontogeriatria na cidade de São Paulo,SP...

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