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7 de mar. de 2014

ODONTO ENTREVISTA 109 - Cortesia Dr. Antônio Inácio Ribeiro e Fernando L.B. Montenegro

Um reconhecimento a quem merece


PROF. DR. FERNANDO L. B. MONTENEGRO

Nosso entrevistado da semana é Mestre e Doutor pela FOUSP, Especialista em Prótese e Periodontia, Coordenador Cursos de Especialização em Odontogeriatria na ABO-SP e NAP Instituto. Co-autor de dois livros de Odontogeriatria pioneiros no País em 2002 e 2013, tendo já ministrado mais de 160 Palestras de Odontogeriatria no Brasil e América Latina.

Quem influenciou para fazer Odontologia?
Sem dar qualquer expectativa, para não influenciar decisivamente a vida de  outra pessoa, foi meu tio Cirugião Dentista, o Dr.Ruy Brunetti.

Onde fez a faculdade e quais suas lembranças desse tempo?
Foi há mais de 35 anos, na querida Faculdade de Odontologia de Bauru, na época a única Faculdade de Odontologia naquela importante cidade de São Paulo. Era uma turma pequena de 50 alunos por ano e nós, os de outras cidades, morávamos em repúblicas com todas as histórias que estes locais permitem criar para sempre em nossas vidas. Estudávamos muito (a FOB era fogo!!), mas também podíamos uma ou duas vezes por semana sair pra uma cervejinha rápida na região... Felizmente as drogas da época não passavam  deste líquido gelado....

Como e onde foi seu início na profissão?
Foi no Centro Medico Moderno, na Faculdade de Santo Amaro (Especialização em Periodontia e na Cadeira de Prótese Dentária). Depois um colega de turma me chamou para trabalhar no Bradesco, que tinha  quase 500 Cirurgiões Dentistas contratados por todo Brasil. Também estagiava nos consultórios dos excelentes profissionais Marcelo Augusto Galante, Pedro Américo Machado Bastos, Paulo Guerra Filho e  Haroldo Montagna no saudoso Dentão original lá na Av. 9 de Julho.  Cada um destes locais e profissionais ajudou muito na minha formação pessoal e profissional e sempre os agradeci bastante quando estavam vivos. . Depois vieram o consultório de Ruy Fonseca Brunetti (por mais de 25 anos), o estagio nos Materiais Dentários da FOUSP, na Prótese Removível da FO São José dos Campos, com o único Dr. João Vieira de Moraes e depois estagio de dois anos na Removível da FOUSP com “Dom “  Reynaldo Todescan. Todas estas atividades me ajudaram a depois assumir posições na Prótese Dentária da UMC, da UNIP e da UnG dentro das progressões esperadas. Junto traduzia livros, revisava livros, publicações e começava o Mestrado e Doutorado na FOUSP. Em paralelo a tudo foram 33 anos como Cirurgião Dentista no INAMPS, depois SUS e Secretaria da Saúde.   

Lembra quem foi seu primeiro paciente?
Foi um senhor burocrático  do mundo da moda, que atendia lá no consultório do meu tio  sempre bem nos finais de expediente... afinal o consultório era dele......Obrigado por sua paciência, meu caro Admir! No meu Consultório atual foi o Advogado Francisco que até cortou a fita inaugural....

Qual foi o caso que lembra como mais difícil?
O caso mais difícil foi uma endodontia de um molar superior que além dos quatro já difíceis canais, tinha um quinto canal que era o que se mantinha doendo ao longo das semanas... Ele foi o caso que me fez não mexer mais com Endodontia até hoje... Mas respeito muito os colegas desta difícil área profissional.

E um que tenha sido o mais gratificante?
Foi o do “seu” Santana que teve desde as radiografias de planejamento  até a reabilitação oral, passando pela grande maioria das Especialidades Odontológicas. Sua confiança no meu trabalho e o senso de reconhecimento foi um grande marco para mim.

Lembra de algum caso pitoresco acontecido no consultório?
Pitoresco foi tentar trabalhar ouvindo Pink Floyd, Yes, Gentle Giant, Jethro Tull, Titanic e Genesis nos anos 70 no som ambiente do consultório depois que o Dr. Ruy voltava para casa. Era uma dificuldade enorme me concentrar... mas os casos iam acabando e com o tempo tive de mudar o ritmo, pois ele não agradava a todos os pacientes... Naquela época era comum chegar para jantar em casa depois das 23 horas, quando tinha saído às 6.30 para começar no Bradesco, o primeiro emprego do dia... Teve também o dia que me pediram para consertar um cano de água do consultório e por eu não ser encanador, foi duro, depois de duas horas em cima, encontrar um encanador  que mexesse lá pelas 23.30 horas... Mas foi bom pra descobrirem minhas limitações...

Quais foram os seus maiores ou melhores momentos?
Foi minha primeira viagem internacional, o convite para dar aula na UMC, a homenagem de ser paraninfo de uma Turma, a defesa do Doutorado, o primeiro artigo publicado, a primeira aula terminada, ver o primeiro livro de Odontogeriatria na “estrada”, meu casamento (a esposa entrando na igreja) minhas filhas nascendo (cada uma a seu tempo claro), as quatro turmas de Especialização em Odontogeriatria, ainda poder ir às reuniões de Turma  da FOB a cada cinco anos, poder estar aqui respondendo estas perguntas do amigo Ribeiro...

 Qual foi o marketing que usou para começar?
Naquela época eu já deveria ter usado as importantes noções de marketing que você Ribeiro busca passar para todos meus colegas, mas era tudo aos “trancos e barrancos”, sem um planejamento especifico ou com uma base bem estudada... Pode ter dado certo num ângulo de visão, mas não como pudesse ser numa visão mercadológica mais bem solidificada e calcada em fatos precisos. Mas sempre é tempo para mudar e ando lendo muito agora, quem sabe???

Tem algum parente Cirurgião Dentista?
Durante muitos anos foi só o Dr. Ruy Fonseca Brunetti. Mais para frente foi a Dra Maria Christina Brunetti, depois minha esposa, aí os dois irmãos dela e mais um co-cunhado. Um festival de Cirurgiões Dentistas ao redor!... Minha esposa está comigo no consultório e torna a “tarefa mais fácil “...

Quem é seu maior ídolo na Odontologia?
Tive e tenho vários e posso errar ao esquecer algum. Mas simbolizo todos na figura do Dr. Dioracy Fonterrada Vieira, um professor brasileiro de materiais dentários que dava curso de sua Matéria em Ingles nos Estados Unidos e que se dignava a ver meus preparos cavitários de dentística quando estava em Bauru, claro, com uma lupa...

Quem são os seus grandes amigos na profissão?
Outra dificuldade de citar, mas os Drs. Leonardo Marchini e o Dr. Sergio Ourique, estão entre eles.

E quem fez mais pela classe nestes anos todos?
Ainda está para aparecer um dirigente odontológico que consiga realmente reformular a profissão, desde diminuir o número de Faculdades, reformar o Currículo das que ficassem (inclusive incluindo a Odontogeriatria como obrigatória) e de organizar (para o bem dos Dentistas) o  mundo selvagem dos convênios odontológicos, que nos aviltam demais no dia-a-dia, mas que  reformulados, poderiam ser uma solução para um atendimento odontológico mais inclusivo à população. Este messias odontológico ainda precisa existir !

Qual seu livro ou autor preferido na profissão?
Como profissional, talvez tenha sido G.V. Black que em 1896 falava do papel PREVENTIVO que um Dentista deveria ter, sendo que as bases da Prevenção só foram estabelecidas cinquenta anos depois de sua fala. Atualmente tenho lido e muito sobre Gerontologia como um todo em português, inglês e espanhol para me manter informado sobre o que é importante saber para uma Odontogeriatria Multidisciplinar, que é imprescindível nos dias atuais.

Qual a revista odontológica que mais gosta de ler?
A Revista Gaúcha de Odontologia, a Revista Dentistry Brasil e a Revista Portal de Divulgação que sempre tem algum artigo interessante de Odontologia.

Quais entidades a que pertence ou participa?
Já trabalhei 20 anos seguidos na APCD Central, expandindo o Depto de Vídeo de 05 para 1896 títulos científicos. Criando a EAP Prevenção que orientava preventivamente os colegas, escrevendo no Jornal da APCD. Também pude criar com colegas da UNIP, da Prótese Dentária, o então inédito “Manual do Dentista Recém Formado” junto ao CROSP, que tinha muitas informações jamais juntadas num a só publicação e que era entregue aos colegas quando de suas formaturas. No momento sou sócio remido da APCD (com muito orgulho!) e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

Como está vendo o presente momento na Odontologia?
Algo precisa acontecer para melhorar nossa profissão, especialmente nos grandes centros, pois esta guerra de foice só prejudica a todos. É preciso que quem se forme em Faculdades Públicas dê seu quinhão de trabalho comunitário depois de se formar. É preciso diminuir o número de escolas, pois muitas sequer conseguem juntar alunos para fazer um vestibular e isto é um paradoxo: porque ter mais de 200 Faculdades de Odontologia? Reformular currículos universitários com mais clinica realmente integrada desde o segundo até o último. Buscar inserção do Dentista na comunidade, quebrando o estigma de “careiro” e de “só lá no meu consultório eu resolvo” que acabamos erradamente tendo nos últimos anos.

Qual caminho vê como mais indicado para a profissão?
São os citados acima e dirigentes que realmente consigam mudar algo deste status quo universitário, classista e profissional. A experiência dos mais antigos pode ser boa (e é !), mas os jovens colegas precisam ser ouvidos e buscar uma Odontologia que possa ainda trazer de volta o orgulho que um dia tive de ser um Dentista.

A que atribui o seu sucesso profissional?
Se sucesso é acordar às 5 horas da manhã, trabalhar o dia todo, lutar para fechar as contas mensais e ensinar algo de digno nisto tudo para as minhas filhas... creio que ainda tenho muito a fazer nos anos por vir e olha que já são 37 anos de formado!

Quem o ajudou no crescimento profissional?
Longe de qualquer outro, vendo com olhos e mente de hoje também, foi o Dr. Ruy Fonseca Brunetti, sem qualquer sombra de dúvida. MAs tiveram muitos outros responsáveis por meu crescimento profissional, alguns dos quais citei antes nesta entrevista.

Sente ter se realizado profissionalmente?
Ainda há o quê fazer, conquistar e a Odontogeriatria me motiva nisto nos dias atuais. Com este segundo livro, agora por uma editora internacional, a Elsevier, com uma excelente parte de internet para os leitores. Compartilhar é sempre muito bom profissionalmente!

Existem sete livros de Odontogeriatria no Brasil: no que seu livro se diferencia?
Cada livro em português, publicado de 2002 até hoje, tem boas informações sobre Odontogeriatria, mas para ser realmente completo, na nossa ótica de hoje, teria de ter mais de mil e quinhentas páginas para ser realmente abrangente nas problemáticas que envolvem a terceira idade e que, no nosso ver deveriam ser abordadas. Mas um livro de 1500 paginas é muito difícil de fazer, bem como teria um custo proibitivo, pois teria de ter muitas fotos coloridas, o que encareceria demais o produto final.
Nosso livro de 2013, Odontogeriatria - uma visão gerontológica  tem boas informações gerontológicas com médicos geriatras, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogas, gerontólogos, que buscam abordar o que julgam importante conhecer em suas áreas e de como isto afeta a Odontologia nos idosos,  e isto engrandece o livro sobre maneira. Também a  extensa parte de Internet, com acesso para quem compra o livro. É algo bem diferente de outros livros da área com fichas clínicas, vídeos, links de artigos usados no livro, dentre outros pontos válidos de citar. Claro, sabemos de suas limitações, mas creio traga um grande auxílio a quem precisa ver a Odontogeriatria como algo que envolve muito mais que só especialidades odontológicas.

Voce está querendo nos dizer que seu livro então é Interdisciplinar?
Sim , nosso livro tem esta forte característica e ainda busca fazer o leitor ver a importância destes colegas de área de saúde, somado aos intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas e cuidadores de idosos (familiares e contratados) com participação efetiva na recuperação ampla de um paciente idoso. A isto chamamos de Interdisciplinaridade ou Multidisciplinaridade.

Vi aqui que seu livro tem muitas fotos e quadros sinóticos, por quê?
O livro tem mais de 250 fotos de casos clínicos e quase 180 quadros & gráficos sinóticos coloridos, que muito ajudam na compreensão do conteúdo e  no entendimento da proposição dos capítulos. Mas também cada capítulo tem uma frase que julgamos importante salientar, o pensamento de Cora Coralina no início do livro, o índice remissivo bem detalhado no final, o conteúdo de internet pertinente e assim julgamos que estamos fazendo o melhor que podemos por esta área da Odontologia, os pacientes e seus cuidadores.

Como espera ser o futuro da profissão?
Como uma real integração entre o mundo acadêmico e o profissional da Odontologia, com profissionais sendo formados para a realidade do mercado e não numa Odontologia irreal e que ele não encontrará nas ruas facilmente. Apesar da profissão estar estabelecida desde a década de 70, agora, quase 50 anos depois, é preciso buscar novos rumos, especialmente nas grandes cidades brasileiras.

Deixe uma sugestão ou mensagem para os mais novos.
Nunca desistam, pois nossa profissão é linda. As leis de mercado estão diminuindo o número de estudantes, mas um mundo melhor nos aguarda nas próximas décadas. Estude e sempre: nunca pare de ler boas publicações odontológicas

A palavra é sua para suas considerações finais.
Está sendo muito positiva a Odontogeriatria em minha vida, pois nunca me obriguei a ler tanto, a escrever tanto e dar tantos cursos como jamais fiz. Este 2º livro, lançado agora em Março de 2013, visa a confirmar a importância da Interdisciplinaridade da Odontologia com outras profissões de saúde o que é fundamental no atendimento do idoso, e mostrando aos colegas como isto pode ser feito no dia-a-dia. Também este novo livro aborda a questão Odontológica no âmbito dos hospitais, casas de repouso e residências, buscando um acesso diferenciado com os cuidadores destas pessoas. Uma parte importante do livro é a de Internet, franqueada aos que adquirirem o livro, com vídeos, links, perguntas & respostas e fichas clínicas, que é algo novo nos livros da área aqui em nosso país. São mais de 34 colaboradores de todas as áreas da saúde mas com doze capítulos sendo escritos por mim e o Leonardo Marchini. E com dois professores titulares estrangeiros (Bélgica e Grécia) dando suas importantes contribuições.
Também recomendo que vejam o site gratuito: www.odontogeriatria.dr.odo.br  que possui muitos informes para nós e nossos pacientes, numa linguagem bem acessível.

Lembro do Fernando quando ainda era aluno.... tão bem como do saudoso amigo Ruy Fonseca Brunetti, um dos ótimos profissionais da São Paulo dos anos 70 e 80, comentando que o menino era bom e que faria sucesso. Agora lendo e publicando sua entrevista, vejo que tinha razão. Uma vida plena de dedicação e realizações. Parabéns!



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11 de jun. de 2010

O PASSADO E O FUTURO DA PRÓTESE

28 de fevereiro de 1986. “Brasileiras e brasileiros, .....”. Quando o presidente começou a discursar com seu pesado sotaque maranhense, anunciando o Plano Cruzado, fiquei preocupado. Eu tinha acabado de ministrar uma palestra sobre custos em prótese dentária, em Belo Horizonte. Havia uma televisão na sala ao lado e fomos para lá. Comentei, sem muito medo de errar: “aí vem besteira”. E veio...muita. A maior delas foi o congelamento de preços, que nunca havia dado certo na história econômica da humanidade. Este congelamento pegou 90% dos laboratórios com os preços defasados. Na época tínhamos uma inflação média de 10% ao mês. Considerando-se a taxa acumulada, isto equivale a 77% em 6 meses ou 214% ao ano. Quase todos estavam com uma defasagem em seus preços entre estes dois valores, pois os reajustes, apesar da hiper-inflação, eram semestrais ou anuais.

Há poucos anos no mercado de prótese dentária, minha luta, era tentar convencer os donos de Laboratório a reajustarem seus preços em um período mais curto e pelo menos, utilizando o índice de inflação do período (os custos da prótese subiam muito mais, porém era necessário ter um índice de referência). Dei palestras em todo o país, falando de custos, preços, lucro, impostos, inflação, planos econômicos (os governos Sarney e Collor editaram mais 4 planos, um pior do que o outro, levando a inflação a 40% ao mês em 1994).

Felizmente as palestras tiveram uma boa repercussão e creio ter sido vitorioso nesta luta. Com o tempo percebeu-se a necessidade de se ter um bom sistema de cálculo de custos e formação de preços no Laboratório. Hoje, no geral, a situação econômica dos TPDs é muito melhor do que nos anos 80.

Com o plano Real, em 1994, e o fim da inflação, veio a era da tecnologia. A Odontologia com preocupações estéticas, as próteses adesivas, os sistemas metal-free, as próteses sobre implantes, até então privilégio de poucos, se tornaram itens obrigatórios nos consultórios e laboratórios. Logo depois, vieram os processos CAD/CAM, que tem evoluído cada vez mais, e a odontologia minimamente invasiva. Percebeu-se, também, que uma boa organização administrativa e financeira é fundamental para a sobrevivência de um Laboratório.

Devemos ficar atentos ao avanço da tecnologia, pois certamente haverá processos, num futuro breve, que prescindirão do TPD. Porém, quem se atualiza tecnicamente não tem o que temer. Além disso, considerando-se o mercado brasileiro, há ainda muito espaço para as próteses convencionais.

A tão falada “nova classe C”, que veio com a consolidação da estabilidade econômica no país, mais de 26 milhões de pessoas no mercado consumidor, com renda familiar entre RS 1400,00 e RS 3500,00 (dados IBGE) e o interesse do governo com a saúde bucal, vai dar o alento que faltava ao setor.

Também, não podemos esquecer que governo tem cada vez mais ferramentas para controlar o pagamento de impostos. Por exemplo, a partir deste ano, todos os Laboratórios e TPDs autônomos tem que enviar anualmente o Dmed, com informações sobre todos os pagamentos recebidos dos CDs e TPDS, mês a mês, por CPF e CNPJ. Portanto, não há mais espaço para Laboratórios contabilmente desorganizados ou de “fundo de quintal”.

Por outro lado, nos preocupa , e muito, os empresários que estão banalizando o setor e colocando preços abaixo da linha de custos mínima de qualquer Laboratório, por mais enxuto que ele seja. Voltaremos aos anos 80, quando um TPD não tinha dinheiro nem para fazer um curso?




Danilo Barossi Cury


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13 de mai. de 2010

UMA ESCOVA PARA CADA USO

Nem só das importantes medidas preventivas(Alimentação sadia e Flúor na água/tópico) ,vive o cuidado adequado com os dentes e cavidade bucal.....Tem aquele diário, cada vez que você se alimenta. Vamos lá?

Em primeiro lugar temos as escovas de dentes,que longe de qualquer outra sofisticação, devem ter cerdas MACIAS( para adentrarem no espaço entre o dente e a gengiva- chamado de sulco gengival) e perfil PLANO(todas as cerdas com a mesma altura), para propiciar uma limpeza mais efetiva na face interna dos dentes anteriores .

As marcas brasileiras tradicionais têm produtos com estes requisitos,mas devemos sempre verificar a cabeça das escovas antes de comprá-las, pois os fabricantes muitas vezes mudam aspectos sem qualquer aviso.
 
               
                            Formato e ação da Escova Dental


Nenhuma limpeza dos dentes é completa se não retirarmos os restos de alimentos entre os dentes(onde nenhuma escova ou bochecho vai limpar). O único meio realmente efetivo é o fio dental que deve sempre ser passado em frente ao espelho,para que possamos VER o local onde está sendo usado. Apesar de ser mais difícil passar nos dentes posteriores(“do fundo”) estes são os dentes que precisam de nossa intervenção mais efetiva e DIÁRIA. Todo os dias devemos usá-lo com muita atenção.Se ao passar ele causa sangramentos,procure seu dentista para orientar como solucionar este problema.
              
                       Fio dental corretamente dentro da gengiva


Se você quebrou o braço, está com artrite ou perdeu habilidade motora(3a idade), a limpeza entre os dentes deve ser feita com os suportes de fio dental,normalmente encontráveis nas drogarias maiores ou nas dentais( que vendem materiais aos dentistas). Eles são muito importantes para acessar os dentes de fundo e para treinar as crianças no uso do fio dental, que vai lhes ser útil por toda a vida.

                             Suporte de Fio dental em ação


Para aqueles pacientes que usam próteses fixas( diversas coroas soldadas entre si) nem o fio dental ou o suporte para fio vão conseguir remover os restos de alimentos que vão parar por baixo destes dentes. A solução é usarmos as escovas interdentais, ou se elas não couberem os passadores de fio dental,uma alça que passamos o fio por dentro e entramos por baixo de onde ocorre o ponto de solda dos dentes. Esta comida acumulada é a grande causadora de cáries sob estas próteses fixas.

Mas, se o espaço entre os dentes ficou mais largo(por tratamento periodontal ou pelo passar dos anos) o fio dental ,nestes dentes, deve ser substituído pelas ESCOVAS INTERDENTAIS,cujas pontas são trocadas a cada 5-8 dias. São encontradas em Farmácias,supermercados e drogarias. O seu cabo deve ser comprido e angulado, para facilitar o acesso nos dentes posteriores.


                                 Passadores de Fio Dental

                                      
                     Escova Interdental


Não só os dentes guardam restos de comidas depois das refeições: também na língua(onde ficam as papilas gustativas) sobram muitos restos de alimentos ,células mortas e bactérias, que formam a saburra,que aumentam o mau-hálito e dificultam o controle da diabetes e da hipertensão. As escovas de dentes limpam só parte da língua,mas não chegam até o fundo onde devemos usar ,uma vez por dia apenas,os limpadores de língua , geralmente plásticos,e que já são encontrados nas farmácias e drogarias.


                                 Limpador de língua em ação


Se usamos próteses removíveis(“pontes móveis”) ou próteses totais(“dentaduras”) não pense que aí não se acumulam restos de alimentos. Eles param e em grande quantidade ! Após cada refeição,devemos retirar as próteses e limpá-las por dentro e por fora( dentro de uma pia cheia de água)- para não dar mau hálito e formar “tártaros” bem como o rebordo(“gengiva”) onde se apóiam,onde ficam muito restos que ajudam a aumentar a perda óssea sob estas próteses. Para isto devemos usar as escovas para próteses à venda no comércio. Se restaram dentes naturais ou coroas, eles devem ser limpos com escova de dentes e fio dental.

                                
                               Escova para limpar próteses

Quando a pessoa perdeu habilidade com as mãos por idade ou por acidente, o uso de escovas especiais com cabo mais largo(para facilitar a “ pega”) ou as escovas elétricas( para ela fazer o movimento correta da escova nos dentes) pode ser uma ótima opção para suplantar estes desafios da vida !

                               
                              Escova com boa empunhadura


Muitas pessoas usam vinagre , sabão, detergentes para limpar as próteses que possui. Isto deve ser evitado e no comércio temos as pastilhas efervescentes que devem ser usadas uma vez por semana com a finalidade de limpar as próteses. No dia-a-dia use só escova de dentes e SEM pasta, para não alterar a textura da resina das próteses.

Depois de bem limpas,colocar próteses em pastilhas efervescentes uma vez por semana

Se depois disto tudo você ainda quer ter certeza se sua boca ficou REALMENTE limpa, use as pastilhas evidenciadoras de placa bacteriana que vão dizer em que ponto do dente você não limpou corretamente.


O evidenciador de placa mostra, em vermelho, onde não se limpou bem os dentes

Viu? Limpar BEM os dentes é uma arte que exige conhecimentos e os materiais necessários.Cuidando bem deles você vai fazer com que seus dentes naturais durem toda uma vida, ajudando no seu sorriso e fazendo com que consiga ser mais simpático e bonito ! O quê você está esperando?

Converse com seu dentista para ele lhe indicar quais os tipos mais indicados para os seus dentes !

 



                                                 E SORRIA, FELIZ DA VIDA !!


Consultoria:
Dr. Fernando Luiz Brunetti Montenegro
Contato: fbrunetti@terra.com.br


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29 de abr. de 2010

Ação odontológica preventiva em paciente idoso dependente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – Relato de caso clínico

RESUMO

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor hospitalar caracterizado por ser responsável pela monitoração contínua de pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos, sendo fornecidos o suporte e tratamento intensivos que podem contribuir na recuperação dos mesmos. O presente relato de caso tem como objetivo abordar a intervenção odontológica na UTI de um hospital em Brasília-DF, suas peculiaridades e condutas clínicas adotadas na promoção de saúde e adequação do meio bucal. Paciente idoso dependente, leucoderma, portador de demência em estágio avançado, com 86 anos, foi internado por um período de 06 dias na UTI devido a comprometimentos sistêmicos pulmonares e outras implicações sistêmicas. A ação odontológica foi direcionada à eliminação de focos inflamatórios como o biofilme (placa bacteriana) e cálculo supragengival, além de possíveis agentes infecciosos decorrentes de problemas bucais, como a saburra lingual, que poderiam estar agindo como incrementantes de doenças sistêmicas adquiridas como a pneumonia nosocomial. Foram realizadas ações clínicas como raspagem supragengival, escovação dentária orientada e supervisionada com pasta profilática e fluoreto fosfatado acidulado a 1,23%, além da terapia periodontal de suporte. Foram realizadas orientações à equipe de enfermagem de manejo, técnica e adaptação profissional para a manutenção da saúde bucal. Observou-se a melhora significativa da condição odontológica do paciente, ou seja, a eliminação do biofilme dental, saburra lingual e do processo inflamatório nos tecidos periodontais colaborando, de fato, para o não-aparecimento de novas doenças oportunistas, como é a pneumonia nosocomial. Concluiu-se que a participação de um cirurgião dentista, com capacitação voltada à este tipo de paciente, ajuda de fato numa mudança de quadros clínicos, tornando as equipes verdadeiramente interdisciplinares para uma pronta recuperação dos pacientes.

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Matéria : Revista Implant News


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